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Sem transparência
Kinross não explica incêndio e medidas de segurança adotadas
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Os trabalhadores na Kinross e a população em Paracatu viveram momentos de pânico na manhã do último dia 14 de junho, quando ocorreu um incêndio em um galpão do almoxarifado da empresa.

Apesar dos registros fotográficos e filmes por celulares demonstrarem um incêndio de grandes proporções, a empresa manifestou-se precariamente nas informações das suas causas e limitou-se em atestar que houve apenas prejuízos materiais, eliminando constatação de vítimas.

Segundo relatos, no entanto, três pessoas envolvidas no combate ao incêndio teriam ficado feridas e intoxicadas pela fumaça expelida das chamas, sendo encaminhadas para hospital. No processo à justiça descrevemos que “além disso, constam relatos de uma espessa água suja, extremamente preta, parecida com piche, com mau cheiro, escorrendo do local, passando pelas vias de acesso à empresa”, sendo necessário elucidar se não houve danos ambientais.

AÇÃO DO SINDICATO COBRANDO SEGURANÇA

O SINDIEXTRA encaminhou processo à Vara do Trabalho do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG), em que solicitamos uma medida liminar para que a Kinross apresente completa explicação da extensão do grave acidente, além de todas as medidas tomadas para proteção dos trabalhadores e da sociedade, que vive atemorizada com acidentes em mineradoras desde as tragédias de Mariana e Brumadinho.

Não se justifica o silêncio da empresa diante de uma população que se sente ameaçada por operações que não deixam todas as medidas de segurança transparentes ao conhecimento público, desde medidas de proteção ao exercício profissional dos trabalhadores até os necessários procedimentos de proteção ao meio ambiente. Não se pode admitir que qualquer dúvida sobre uma contaminação ambiental e danos à saúde de trabalhadores e população sejam tratados sem explicações que venham dar tranquilidade a toda a comunidade.

A ação liminar do Sindicato busca fazer a empresa entender que não deve tratar este incêndio como um “incidente pequeno” ou “de menor relevância”, mas “devendo a empresa prestar todo o auxílio e informações para dirimir os danos e potenciais riscos”.

Cobramos da Kinross o que sempre propagaram no sentido da “responsabilidade social”, não apenas em relação ao direito ao trabalho com saúde e segurança, mas também para assegurar que os impactos da atividade da empresa não tragam ameaças graves e prejuízos ao meio ambiente, à saúde e segurança pública. Desta forma, o Sindicato solicitou ao juízo intimar o Ministério Público do Trabalho (MPT) para acompanhar o ocorrido e exigir da empresa a transparência em todas as normas e procedimentos de proteção.

          

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