Como você ficaria, morando debaixo de uma barragem gigantesca, ao ouvir sirenes estridentes e alto-falantes a todo volume orientando a evacuação urgente por causa de rompimento? Foi exatamente isto que aconteceu aos trabalhadores e às comunidades nas imediações da Barragem Eustáquio nesta quinta-feira, 20 de maio, quando viveram um clima de terror e correria desesperadora para se salvarem da tragédia anunciada.
Os relatos em áudios e vídeos são desesperadores. A reação dos moradores foi de pânico. Idosos sem condição de fuga se arrastando, crianças perdidas no mato, gritos para as pessoas correrem.
As informações chegaram desencontradas no Sindicato, até que pudemos saber que era um alarme falso por causa de pane no sistema elétrico, que acionou equivocamente as sirenes e os alto-falantes para colocar a população em fuga.
Entramos imediatamente em contato com a KINROSS e a oficiamos de que “apenas com esta falha já tivemos consequência preocupante, com pessoas perdidas, podendo gerar ferimentos e situações mais graves.” Reproduzimos aqui indagações feitas no ofício à empresa.
• Da mesma forma que as sirenes dispararam por pane elétrica, poderia acontecer pela mesma pane de elas não dispararem, se efetivamente tivesse ocorrido o rompimento?
• A grande confusão não demonstra que falta por parte da empresa ensaios com a população de como proceder para uma fuga segura?
• A demora da comunicação direta da empresa com a comunidade pode ser solucionada para que sua instantaneidade permita fugas rápidas e seguras?
• A comunidade deve esperar orientações da defesa civil para saber se deve fugir ou não?
• É possível um atendimento orientador da empresa para a comunidade com instruções e procedimentos de segurança?
• A empresa está preparada para processos judiciais que demonstram danos psicológicos e a saúde da comunidade pelo medo do risco iminente e pelos traumas dos alarmes falsos?
• O alarme falso gera na comunidade uma quebra de confiabilidade nas medidas de segurança e de evacuação. O que a empresa fará para reverter esta situação e tranquilizar trabalhadores e toda a comunidade?
Cobramos da empresa que “prestasse à comunidade, aos trabalhadores, ao Sindicato e às autoridades públicas todos os esclarecimentos sobre este episódio, medidas e protocolos de segurança que permitam a paz para trabalhadores e residentes que se encontrem na rota de rejeitos por um eventual rompimento e todos os cuidados para proteger e salvar vidas.
Esperamos a imediata manifestação da Kinross para tranquilizar todos nós.
